Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida. Sócrates
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
MENSAGEM A TODOS QUE LUTAM POR UM MUNDO MAIS HUMANO
Transcrevo hoje aqui, neste espaço, um texto
do meu amigo Valter, que é escritor e
pesquisador.
Aproveito para desejar a todos/as um bom final de 2011 e um ótimo início de 2012.
bjos
Odete
Há tempos venho tentando compreender o real significado das confraternizações de final de ano em todo o mundo. Os tempos modernos são marcados por intensos conflitos de toda ordem: políticos, econômicos, sociais, étnicos, religiosos, dentre vários outros. Assistimos, nestes tempos, a crimes e enfrentamentos bárbaros, onde os valores humanos são deixados para o último plano. São milhares de assassinatos, latrocínios, estupros, crimes hediondos ligados à intolerância étnica e religiosa, à homofobia, crimes monstruosos contra mulheres e crianças, enfim, atrocidades que, na grande maioria das vezes, nos deixam, petrificados, horrorizados. Que tempos são esses afinal de contas? O que justifica tanta insanidade? Por que a mídia se delicia tanto ao noticiar tais monstruosidades?
Aproveito para desejar a todos/as um bom final de 2011 e um ótimo início de 2012.
bjos
Odete
Há tempos venho tentando compreender o real significado das confraternizações de final de ano em todo o mundo. Os tempos modernos são marcados por intensos conflitos de toda ordem: políticos, econômicos, sociais, étnicos, religiosos, dentre vários outros. Assistimos, nestes tempos, a crimes e enfrentamentos bárbaros, onde os valores humanos são deixados para o último plano. São milhares de assassinatos, latrocínios, estupros, crimes hediondos ligados à intolerância étnica e religiosa, à homofobia, crimes monstruosos contra mulheres e crianças, enfim, atrocidades que, na grande maioria das vezes, nos deixam, petrificados, horrorizados. Que tempos são esses afinal de contas? O que justifica tanta insanidade? Por que a mídia se delicia tanto ao noticiar tais monstruosidades?
Outras vezes presenciamos barbaridades sem
nenhuma justificativa; matam-se por dez reais, por uma dose de aguardente. Aí
indagamos: o que move a humanidade nestes tempos presentes? Qual ou quais os
projetos de vida movem o ser humano? Será que existe nos tempos modernos algum
projeto de vida, de mundo, de felicidade humana? Verificamos que existe uma
forte indústria midiática que vive à custa da mediocridade humana, sobrevive das
migalhas que caem da mesa da desgraça humana. Se pensarmos com mais
profundidade, notaremos que o sistema capitalista sobrevive, nos tempos atuais,
da miséria e da desgraça que toma conta da humanidade. Verificamos que o sistema
que nasceu da promessa da felicidade humana [“liberdade, igualdade e
fraternidade”], chegou a tal estado de degeneração que, nos tempos modernos
sobrevive das mazelas resultantes da podridão da humanidade; indústria da fome,
indústria de armamentos, da seca, do câncer, da AIDS, do narcotráfico, dos
agrotóxicos, dos pesticidas, dos transgênicos, dos sequestros, enfim, para cada
parcela da desgraça humana, se liga um determinado grupo que se enriquece.
Muitos devem perguntar; mas, por que é que esse
cara tem que falar disso em plena época de festividades, de natal, do nascimento
do “filho de Deus”? Eu digo meus (minhas) caros (as) Leitores (as)! É nessa
época que toda a hipocrisia humana aflora com toda sua intensidade. Nessa época
os piores inimigos dão as mãos, se abraçam em nome da fé, da solidariedade.
Contudo, passado este momento se degolam com voracidade ainda maior. Nessa época
em que milhares de pessoas se reúnem em torno de fartas mesas quilométricas,
nossos irmãos morrem de fome no continente africano. Nessa época de
“fraternidade extrema”, comunidades inteiras padecem de sofrimento por doenças
espalhadas pelo projeto humano de sociedade, milhares de pessoas tentam, em vão,
sobreviver muito abaixo da linha de pobreza.
Nessa época, a mesma mídia que enfatiza as
piores atrocidades para vender suas notícias, que se utiliza durante todo o ano
da desgraça humana para aumentar seus já gordos lucros, muda seu discurso e
passa a ser a grande precursora da solidariedade e fraternidade humanas. É
justamente nessa época que vemos os grandes grupos econômicos fazerem caridade
com o dinheiro público, que assistimos os políticos mais corruptos distribuírem
o sopão para os menos favorecidos [de olhos nos votos da próxima eleição]. Pois
bem! Caros (as) Leitores (as)! Deixo aqui minha reflexão final: em nome de qual
“Deus” esses senhores pregam a tal solidariedade? Em nome de qual “Deus” esses
senhores distribuem mensagens de felicidade? De qual “amor”, de qual “justiça”,
de qual “Fé” se falam nas festividades de final de ano? Enfim, para onde caminha
a humanidade neste limiar de século XXI? Com certeza, caminha em direção a um
novo modelo de sociedade: uma sociedade pautada nas mazelas da barbárie, uma
sociedade na qual cada ser da nossa espécie se transforma em sucata, em dejeto
humano, uma sociedade autofágica em toda a plenitude da palavra.
Valter Machado da Fonseca
Escritor. Pesquisador. Geógrafo, Mestre e doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia.
Escritor. Pesquisador. Geógrafo, Mestre e doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia.
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